Em movimento

Algumas semanas após ter Covid tive dificuldades em retomar à prática de atividades físicas e isso me trouxe um certo desespero pois sempre fui muito ativo nesse sentido. Quando retomei a confiança, sentindo as sequelas da Covid sumindo aos poucos, minha relação com a corrida se estreitou novamente e, para completar, voltei a pedalar intensamente.

Na verdade eu estava sem pedalar porque a minha bicicleta de estrada estava com um problemão antes d’eu ter contraído a Covid! A cada saída eu furava o pneu, geralmente, em 3 lugares diferentes. Troquei câmara de ar, fita de aro, cheguei a usar fita de alta fusão (a fita de alta fusão torna mais difícil a retirada do pneu da roda) e o pneu continuava furando. Comprei um kit remendo novo, limpava o pneu, checava a roda mas o pneu continuava furando.

Em meio a tantos furos, fiquei desanimado. Encostei a bike e, cada vez que olhava pra ela, ficava com vontade pintá-la de verde soltá-la no meio do mato. Até cogitei vendê-la e pegar uma MTB. Ela ficou lá parada por um bom tempo até que eu, em mais uma tentativa, e já recuperado da Covid, sedento pelo pedal, tentei mais uma vez tentar identificar o que deixei de lado que tanto furava a câmara. Comprei câmara nova e, todo cuidadoso e dedicado, não vi nada de errado. Montei a roda novamente e fui pedalar. Adivinha! Mal saía de casa e ouvia o maldito pneu murchando no meio do pedal.

Decidi ‘gastar dinheiro’ e levei a bike em um mecânico que ficou uma semana com a minha magrela. Quando deixei aos cuidados dele, disse que ele poderia levar o tempo que precisasse desde que solucionasse o problema. Uma semana após, fui retirá-la na oficina e ele me disse que a roda que vem na bicicleta, uma Caloi Strada 2017, estava com 3 rebarbas as quais eram um defeito que rolou durante a fabricação. Eu mesmo, por ser inexperiente, não consegui sentir essas rebarbas que foram mostradas pelo mecânico. Enfim, saí da mecânica e planejei fazer um teste já no dia seguinte.

No primeiro pedal já fui com tudo, botei pra ‘torar’! Voltei pra casa do jeito que saí em um pedal de 10km. No dia seguinte a mesma coisa e fui com mais vontade, adivinha! Sem furo! No pedal seguinte aumentei a distância, botei pra ‘torar’ também! Rodei perfeito! Brotou um sorrisão no meu rosto, sério! Até comprei um lubrificante à base de cera e um desengraxante para cuidar da relação. Lavei a bike, limpei a relação, apliquei o óleo e deu aquela sensação da bike ter agradecido, meio que adquirindo vida, sabe? Só que precisava fazer uma revisão mais acurada pois ela estava toda ressecada. A corrida? Eu estava correndo! Trotando por 10, 15 minutos, aumentando o tempo, o ritmo, ganhando confiança e era só questão de alimentar o hábito para que os resultados começassem a surgir de uma forma mais intensa.

Enquanto a bike de estrada ficou encostada, usei uma urbana mesmo para manter as pedaladas! Você tem que fazer mais força, a bike é mais pesada e seus componentes são bem mais frágeis apesar de não ser desculpa para não pedalar. Mesmo sendo uma bike mais ‘dureza’, consegui desenvolver muito bem em cima dela, passei a pedalar acompanhado e sem contar que a minha corrida melhorou nesse período. Hoje, 22/05, completo 8 dias consecutivos pedalando ou correndo! Não sinto mais dificuldades ao respirar, a dificuldade ao respirar, agora, é aquela relacionada ao condicionamento físico mesmo, quando o esforço é muito intenso.

Amanhã pretendo rodar com a bike de estrada pois ela já voltou da revisão e tá só precisando de uma ‘cerinha’ na corrente. Isso eu sei fazer sozinho!